SÓ POESIAS...

Mãe Sozinha

Dizem "mulher da alegria", Quando ela passa na rua; A pobre mãe continua, Os olhos fitos no chão!... Quanto fel, quanta agonia Nessa mulher que condenas!... Ninguém lhe conhece as penas Cravadas no coração. Tristeza no desconforto, Sem palavra que a revele, Trapos dourados na pele, Traz a angústia por dever. Viúva de um vivo morto, Ei-la que segue sozinha, Tem ao longe, a pobrezinha, Um filho quase a morrer. Já bateu a tanta porta, Já pediu a tanta gente!... Dói-lhe a ferida pungente De ter sido mãe sem lar; Abatida, semimorta, Apenas vê no caminho A febre e a dor do filhinho Que a morte lhe quer roubar. Tu que cresceste na estrada, Desde o berço de ouro e rendas, Entre mimos e oferendas De paz, segurança e luz, Fita essa mãe desolada, Na penúria que a consome... Talvez que ela tenha fome Ao peso da própria cruz. Não lhe zombes da amargura, Também foi criança, um dia, Brincava, estudava e ria, Rosa ao fulgor da manhã; Também foi bela e foi pura, Hoje, nas mágoas que trilha, Podia ser nossa filha Assim como é nossa irmã. Mãe na dor!... Bendita seja!... Escrava de toda hora, Honra as lágrimas que chora, Nas dores por onde vai!... Sem esposo que a proteja, Sem arrimo, sem tutela, Em Deus que sofre com ela Encontra a Bênção de Pai.



Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito Irene de Souza Pinto.
Araras, SP: IDE, 1978.





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VIAJANTES DO TEMPO


Na leveza dos passos
alma suave a flutuar,
matéria ocupa seu espaço
energia a emanar,
envolvendo todos os atos.

Um tempo sempre delimitado
consigo traz uma missão,
caminha então com cuidado
para não macular o chão.

Somos partes integrantes
de uma Unidade Superior,
por ora, eternos viajantes
buscando seu próprio valor.

Peregrinos de várias estradas
momentos sempre diversificados,
interligados no mistério de vidas passadas
que no interior aguardam silentes,
o véu ser desvendado.

O objetivo fundamental
é descobrir-se integralmente,
somos energia pura e vital
armazenada em nossa mente.

Somos o início do princípio,
magia pura e crescente
que originou todo esse ciclo.

Somos argila, água e semente
que molda, cresce e floresce,
perpetuando a luz sempre crescente.

Viajantes aprimorando a bagagem,
aprendizes das Leis Universais
fagulhas avivadas pela aragem.

Caminhantes das estrelas
sorvendo toda aprendizagem.
Sopro de essências divinais,
pleno em sabedoria e humildade
sempre em conexão com a Casa do Pai.

Rompendo barreiras que se avistam,
cruzando fronteiras imprevistas,
transpondo todos os umbrais
almejando a eterna liberdade:
o doce sabor da paz...

Quando chegada à hora da viagem,
ser completo em ascensão,
unidade fluidificada finda a peregrinação!

Segue enfim desmaterializada,
aura em brilhos matizados
de volta ao berço primeiro,
abrigo dos abençoados!



Março/2007
Anna Peralva, em http://annaperalva.net
Enviado por Anna Peralva em 03/11/2009





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CARIDADE  DA  LUZ


Auta de Souza







Santa – a moeda amiga ao tornar-se carinho
Em todo lar sem pão que a penúria flagela,
Enaltecida sempre – a roupa mais singela,
Que protege a nudez ao vento e ao desalinho!...


Glorificado seja – o pouso que tutela
O enfermo relegado às pedras do caminho,
Preciosa – a afeição para quem vai sozinho,
Trancando-se na dor em que se desmantela...


Nobreza em toda ação que represente amparo
Do auxilio de um vintém ao apoio mais raro,
Que a simpatia expresse e a bondade presida!..


Brilhe em tudo, porém, com mais força e grandeza
A palavra do Bom que apure a Natureza,
Iluminando o Amor e libertando a Vida!...


Psicografia em Reunião Publica  Data – 31-7-1971
Local – Educandário Ituiutabano, na cidade de Ituiutaba, Minas Gerais.


Do Livro  "Através do Tempo", de Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos
Digitado por Dora Carvalho





















                  A VERDADEIRA PRECE 


Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á. Mt 7,8




Todos nós buscamos a Felicidade...
Na ilusória esperança de encontrá-la
Em uma vida repleta de luxo,
Cercados de amigos fúteis,
Buscando o ócio do dinheiro fácil
E prazeres mundanos fugazes...
Todos queremos a Saúde...
Enquanto nos perdemos nos excessos
da mesa, da bebida e das drogas,
E nas facilidades do transporte moderno...
Todos buscamos o Amor...
Em beijos e abraços inconsequentes,
Em noites de orgias carnais,
Envenenados pela paixão física,
Trocando de parceiros como de roupa usada...
Todos buscamos a Caridade...
Aquela que se dá das sobras de nossa mesa,
De parcas moedas que trazemos ao bolso,
Damos o que não temos onde guardar em casa,
Incapazes de dar a mão àquele que nos busca...
Fazemos a elegia da Paz ...
Ansiamos pela Paz, buscamos a Paz no mundo,
Organizamos passeatas festivas,
Assinamos manifestas aos governantes
Vestimo-nos de branco a cada início de ano...
Ansiamos pela Fé...
Buscamos um consolo quando estamos sofrendo,
Rezamos terços e rosários em situação de Dor,
Procuramos por DEUS nas Igrejas inutilmente,
Sentindo-nos injustiçados pela má sorte...
A Felicidade, a Saúde, o Amor,
A Caridade, a Paz e a Fé...
Tudo o que mais almejamos!
Não se encontra no mundo exterior...
Tudo isso nos espera
Dentro de nós mesmos...
São dons de cultivo delicado e constante,
Não brotam sem sacrifício e esforço:
Busque a verdadeira Prece
A todo momento de sua vida
E lá, dentro de seu coração,
Estarão esperando por você!


Por um Espírito Amigo( a Cristina Teixeira), em 08/01/2012












Anjo de Luz



A bondade 
semeada em 
corações 
sana dores 
de maldições 
que repentinamente 
inesperadamente 
avassalam 
vidas inocentes...



Tanto e quanto 
benditas 
ações celestiais 
pulverizadas por anjos amigos 
acalentam 
o receio d'alma 
fortificam 
mentes cansadas...



Disfarçada de 
brisa suave 
roça cabelos 
em desalinhos 
sussura 
puras preces 
resgata 
esperanças perdidas 
em raios multicoloridos 
de luzes...



A bondade angelical 
germina 
na ativa presença 
divina...




                                        Autoria:Angela Bretas http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/esotericos/

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2011,

2012!

Contagem regressiva,

Página virada,

Outra novinha em folha,

Em branco,

Como o vestido que uso.

Fogos, brindes, 

Beijos, abraços,

Prá que tanta alegria?

Se nem vi o ano morrer ainda...

Tantas mortes,

Novas vidas,

A violenta explosão

Do sol do ano novo.

Mas é o mesmo...

Esperanças inúteis,

Planos inúteis,

Tudo outra vez.

Promessas antigas,

Emagrecer, malhar,

Parar de beber e fumar,

Um novo curso,

Um novo emprego,

De novo a correria,

Agitação, fadiga,

Tempo curto,

Grana curta...

Tantos planos,

Perdidos no tempo,

Tic, tac, tic, tac,

Vendaval que varre tudo,

Para te dar,

No final,

Mais um ano...

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Cristina Teixeira, em 31/12/2011