Carta a Meu Filho
Não pense, meu filho, que esperei 7 meses para te escrever, sem um bom motivo... Não, não foi por falta de vontade ou de saudade.
Pensei que nós dois merecíamos um tempo. Tempo para que o turbilhão que se seguiu à sua falta sossegasse. Tempo para aceitar que falta um pedaço irrecuperável no meu peito. Tempo para saber que não adianta esperar amanhã o seu beijo. Tempo para luto e tristeza contida, lágrima reprimida, dor que não cessa...
Não queria, meu filho, pensar que talvez você sofresse como eu; em algum lugar que minha visão não alcança, mas o coração sente.
Mas penso que você merece uma carta. Para lembrar o quanto fomos felizes juntos, por dezesseis anos, um mês e dezoito dias...
Foi o tempo que tivemos para nos amarmos tão profunda e puramente!
Já não sinto descontrole porque penso em você. Você é minha parte feliz, generosa e jovem, sempre será. Seu carinho, posso sentir ainda hoje, como se você me desse um longo e amoroso abraço. Recorda? Daqueles que só o Amor é capaz de dar.
O aperto na garganta dá lugar ao seu imenso entusiasmo, planejando o futuro, lembra?
A lágrima não rola, porque posso sentir seus beijos, muitos, doces, inocentes como você.
Eu me recordo de cada minuto que tivemos juntos... Não pense, meu filho, que o tempo e a distância podem levar você de mim.
Peço sempre, que ao menos você seja feliz, onde quer que se encontre agora...
Eu sigo a vida, tenho tanto a fazer... Coisas que não pude fazer por você.
Mas penso que você entende, não é?
Uma coisa continuará sempre igual: Eu te amo, meu filho!
PAZ e LUZ!!!
Deus te abençõe!!!
